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BUSCA POR CORTE DE CUSTOS IMPULSIONA FRANQUIA SOLAR

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Franquias dedicadas à venda de pequenos sistemas de geração solar, normalmente instalados em telhados residenciais e comerciais, têm visto um crescimento exponencial dos negócios em 2021.

Grandes redes desse nicho, como Solarprime, Energy Brasil e Blue Sol, preveem dobrar o número de lojas em relação ao ano passado, e buscam formas de se diferenciar num mercado cada vez mais competitivo. As estratégias vão desde franquia solar em contêineres e oferta de financiamento para aquisição de sistemas fotovoltaicos, até planos de venda cruzada de carregadores para carros elétricos.

Para virar referência, franqueadoras apostam em loja contêiner, oferta de financiamento e de carregador elétrico

A alta das tarifas de energia neste ano, como reflexo da crise hídrica, acelerou ainda mais a expansão da energia solar distribuída, um mercado que até 2017 era incipiente e hoje já corresponde a mais da metade da potência de geração solar instalada no país. Hoje, os pequenos sistemas solares estão concentrados principalmente em residências – a classe corresponde a 75% dos 520 mil sistemas existentes e a 40% dos 6 GW de potência da geração distribuída, segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).

Com mais consumidores enxergando a produção própria de energia como alternativa para reduzir a conta de luz, mais empreendedores passaram a se interessar pelas franquias da área.

O principal propulsor da venda de franquia solar tem sido o modelo “home based”, que exige investimento reduzido e sofreu menos com as restrições impostas pela pandemia. “Crescemos muito na linha ‘home office’, entendemos que tem um perfil adequado de empreendedor buscando uma forma mais acessível de entrar no segmento solar”, afirma o CEO da Solarprime, Marcelo Nogueira.

Sediada em Campinas (SP), a Solarprime nasceu em 2016 e hoje tem controle dividido entre três sócios, Raphael Brito, Agnaldo Marques e Sandro Cubas, cada um com sua “expertise” no mundo dos negócios. De 2018, quando o mercado solar começou a deslanchar, para cá, a empresa viu o faturamento crescer 10 vezes, sendo que a expectativa é atingir R$ 300 milhões em 2021. Em número de lojas, a Solarprime encerrou o ano passado com 330 unidades, já alcançou a marca das 400 e pretende chegar ao fim deste ano com 500.

Para manter a rota de expansão, a empresa mira novas áreas e formas de atuação. Segundo Nogueira, a Solarprime quer verticalizar os negócios, o que passará pela oferta de financiamento dos sistemas de geração e pela importação direta dos equipamentos que compõem os “kits” solares, como painéis e inversores.

“Na parte do financiamento, podemos começar com modelos mais simples, com FIDCs e empresas que prestam esse serviço. Naturalmente, evoluiríamos para ter nossa própria licença. Queremos estar prontos no início do ano para começar a fazer concessão”, diz.

O investimento para instalação de sistemas de geração solar ainda é relativamente alto, mas novas linhas de crédito vêm tornando a alternativa mais acessível. Pelas regras atuais do setor elétrico, o consumidor obtém uma redução drástica e imediata nas contas de luz quando passa a produzir sua própria energia. A ideia é aproveitar essa situação para encaixar as parcelas do financiamento, sem criar um custo adicional.

Na Energy Brasil, a estratégia para se destacar no mercado envolve levar a marca para as ruas. A empresa vai abandonar a venda do modelo de franquia solar “home office”, por entender que ele traz pouca visibilidade para a marca. “Quando você vai comprar eletrodoméstico, material de construção, você tem algumas lojas na cabeça. Mas para energia solar não existe hoje uma referência. Queremos ocupar esse espaço com as unidades físicas”, afirma o sócio-diretor da franqueadora, Marcelo Macri. Fundada em 2019, a Energy Brasil já alcançou a marca de 400 lojas e pretende chegar a 600 até o fim do ano, dobrando frente às 300 registradas no fechamento de 2020.

Hoje, 70% da rede da Energy Brasil é composta por franquias “home office”, que deixarão de ser comercializadas – a expectativa é de que parte das unidades migre para pontos físicos. A grande novidade será a loja contêiner, que permite ao franqueado circular entre diferentes públicos, instalando-se próximo a shoppings e condomínios, por exemplo.

Uma das pioneiras no mercado solar, a Blue Sol nasceu em 2008 com capacitação e treinamento de profissionais e, em 2017, estreou o modelo de franquias. Hoje, ela tem 100 franquias e mais 20 em implantação. A meta é chegar ao fim de 2021 com 330 unidades, entre abertas e contratadas. Em faturamento, espera-se o dobro de 2020, atingindo R$ 150 milhões.

A partir deste ano, a empresa passou a contar com um parceiro estratégico: a EDP Brasil, um dos principais grupos do setor elétrico nacional. “A EDP legitima o nosso modelo de negócios, mostra que o solar já ganhou muita importância para o setor. Eles nos trazem muito conhecimento, boas oportunidades e uma governança muito forte”, conta José Renato Colaferro, sócio-fundador e diretor de operações da Blue Sol.

*Matéria publicada no site da Valor no dia 29/07/2021.

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