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PEQUENOS NEGÓCIOS APOSTAM EM ENERGIA SOLAR FOTOVOLTAICA PARA REDUZIR CUSTOS E AMPLIAR COMPETITIVIDADE

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O sol é a maior e inesgotável fonte de energia renovável, limpa e sustentável da Terra. Nas últimas décadas, o astro-rei tornou-se um grande aliado da sociedade e dos setores produtivos para geração de eletricidade de forma sustentável.

No Brasil, os pequenos negócios começam a despertar para os benefícios e vantagens que os chamados sistemas de geração distribuída solar fotovoltaica (microgeração e minigeração) promovem nas empresas, sobretudo na redução de custos e ganho de competitividade, além de contribuir com as questões ambientais, sociais e de qualidade de vida.

Empresários deste robusto segmento da economia nacional têm aderido de forma significativa à tecnologia solar fotovoltaica. É o que revela a primeira pesquisa nacional sobre Energia Solar Fotovoltaica e os Pequenos Negócios, realizada pelo Centro Sebrae de Sustentabilidade (CSS), em parceria com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) e a Fundação Seade.

Foram ouvidos 3.199 empresários de Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP). As entrevistas foram feitas por telefone, com empresários dos 26 Estados e do Distrito Federal, que atuam nos quatro principais setores produtivos: agropecuária, indústria de transformação, comércio e serviços, no período de 14 de maio a 15 de julho de 2019. A margem de erro da pesquisa é de 2,5 pontos percentuais para mais ou para menos.

A amostra da pesquisa foi baseada no cadastro da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS 2016). Os resultados da pesquisa são apresentados em três grupos: pequenos negócios que utilizam energia solar fotovoltaica; que conhecem bem energia solar fotovoltaica, mas não a implantaram; e os que não conhecem esta fonte renovável, limpa e sustentável de energia.

O estudo mostra que, dos empresários que possuem o sistema fotovoltaico, 83,9% reduziram os gastos com energia elétrica e mais da metade (60%) pretende investir mais em energias renováveis, sendo que, desses, 47,5% na fonte solar fotovoltaica.

Do total de entrevistados, apenas 0,1% das Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP) já instalaram o sistema de geração distribuída solar fotovoltaica. Entre esses, mais da metade (51,3%) investiram recursos próprios na implantação. A maioria é composta por homens, de até 40 anos.

Dos usuários da geração distribuída solar fotovoltaica, a maioria (79,4%) não recebeu incentivo fiscal para implantar o sistema. O fornecedor do equipamento foi a principal fonte de assistência técnica para 64,2% dos consumidores. Praticamente todos (96,0%, em média) identificam resultados positivos do investimento.

Embora o uso da energia solar nos pequenos negócios esteja em fase inicial, cerca de 80% dos empresários afirmaram conhecer ou já ter ouvido falar sobre a tecnologia.

Porém, entre os 20% que desconhecem, todos eles afirmaram, de uma forma ou outra, valorizar medidas de estímulo à adoção dos sistemas fotovoltaicos, como redução de impostos; criação de programas federais, estaduais e municipais de incentivo; possibilidade de obter crédito com o excedente de energia gerada; mais linhas de financiamento; e possibilidade de montar consórcios com outras empresas e vizinhos .

“O movimento das Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP) de adesão à tecnologia solar ainda é recente e incipiente, porém tende a crescer rapidamente em decorrência da redução dos custos de equipamentos, instalação e manutenção dos sistemas”, afirma Suênia Sousa, gerente do Centro Sebrae de Sustentabilidade (CSS).

Os principais resultados desse estudo evidenciam um enorme potencial para expansão do uso da energia solar fotovoltaica no Brasil por meio dos pequenos negócios, desde que superados os principais obstáculos identificados: informação e recursos para investimento. “Esta pesquisa poderá servir como referência para as políticas públicas e privadas, que poderão viabilizar a ampliação do uso desta incrível e abundante fonte de energia renovável, limpa e sustentável nos pequenos negócios, demais setores produtivos, residências e instituições do país”, ressalta Suênia.

Para o CEO da ABSOLAR, Rodrigo Sauaia, a pesquisa mostra claramente a necessidade de se desenvolver políticas públicas para ampliar o uso da energia solar fotovoltaica nos pequenos negócios no Brasil. “A fonte solar fotovoltaica pode ser uma importante aliada para a redução de custos, o ganho de competitividade e o desenvolvimento sustentável das micro e pequenas empresas, que, na prática, são a locomotiva econômica e social do País”, diz.

Os pequenos negócios constituem um segmento vital para o desenvolvimento sustentável brasileiro. Juntos, equivalem a 98,5% das empresas do país, são responsáveis pela geração de 54% dos empregos formais e contribuem com 27% do PIB. São protagonistas relevantes das economias locais em microrregiões, territórios e municípios.

Cenário brasileiro

O Brasil acaba de atingir a marca histórica de 1 gigawatt (GW) de potência instalada em sistemas de microgeração e minigeração distribuída solar fotovoltaica em residências, comércios, indústrias, produtores rurais, prédios públicos e pequenos terrenos, segundo dados de agosto da ABSOLAR.

A energia solar fotovoltaica agrega inúmeros benefícios para o progresso do Brasil, dentre eles: redução de gastos com energia elétrica, atração de investimentos, geração de empregos locais de qualidade, redução de impactos ao meio ambiente, redução de perdas elétricas na rede nacional, postergação de investimentos em transmissão e distribuição e alívio do sistema elétrico em horários de alta demanda diurna, como nos meses de verão.

De acordo com o mapeamento da ABSOLAR, em número de sistemas instalados, os consumidores residenciais estão no topo da lista, representando 73,8% do total. Em seguida, aparecem as empresas dos setores de comércio e serviços (17,3%), consumidores rurais (5,5%), indústrias (2,8%), poder público (0,6%) e outros tipos, como serviços públicos (0,1%) e iluminação pública (0,01%).

O Brasil possui hoje 93.597 sistemas solares fotovoltaicos conectados à rede, trazendo economia e sustentabilidade ambiental a 117.312 unidades consumidoras, somando mais de R$ 5,6 bilhões em investimentos acumulados desde 2012, distribuídos ao redor de todas as regiões do País.

O presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR, Ronaldo Koloszuk, ressalta que o crescimento da microgeração e minigeração distribuída solar fotovoltaica é impulsionado por fatores importantes como a forte redução de mais de 85% no custo da tecnologia solar fotovoltaica desde 2010 e o excessivo aumento nas tarifas de energia elétrica dos consumidores brasileiros, pressionando o orçamento de famílias e empresas.

“A energia solar fotovoltaica traz liberdade ao consumidor, que já não aguenta mais depender de uma única distribuidora e ainda ter de arcar com aumentos abusivos nas tarifas de energia elétrica”, comenta Koloszuk.

Para Sauaia, este é apenas o começo de uma brilhante trajetória para democratizar o acesso a energia elétrica limpa e renovável, cada vez mais atrativa aos brasileiros. “O Brasil precisa ter uma política de Estado, com marco legal e regulatório estáveis, para ampliar o acesso da população, das empresas e os governos a esta tecnologia estratégica para a redução de custos com sustentabilidade”, afirma.

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